quarta-feira, 26 de abril de 2023

Morgana - a detetive genial. Uma série policial abordando a hiperatividade!

 Uma série policial abordando a hiperatividade!


Embora no Brasil as descrições dêm destaque ao alto grau de inteligência, a série mostra muito mais o que é a personalidade do portador da síndrome de hiperatividade.

Veja só:

A vida da protagonista é uma bagunça. Ela não se importa com o que as pessoas dizem, tem poucas habilidades sociais, tem uma inteligência extraordinária o que não a ajuda em sua vida diária, tem  absoluto desprezo por qualquer tipo de autoridade o que a torna incapaz de manter um emprego estável, vive em um caos constante, interrompe as pessoas, tagarela incessantemente em horas impróprias, presta a atenção no que ela quer, mantém a casa totalmente desorganizada e sua vida emocional nunca entra nos eixos. 

Familiar?

Pois é!

A série policial franco-belga Morgana, trata da hiperatividade associada ao alto QI (ao estilo de "The good Doctor' e "Doutor Milagre", que usaram a fórmula com a síndrome do autismo), mostrando a supremacia desta síndrome no comportamento que resulta na vida desorientada da protagonista de 38 anos, e principalmente, demonstra o drama que os portadores enfrentam, tentando se impor apesar do pouco respaldo dos "amigos" e a falta de apoio materno aos seus projetos, pois, segundo as palavras da mãe da protagonista: "nunca dão certo".

Na primeira temporada entende-se o básico:

1. Ela mal estudou por achar tudo um tédio e não prestar a atenção suficiente para estudar para as provas. 

2. Seu filho "do meio", possui as mesmas características, e ela vive sendo chamada na escola, porque o menino "não se adequa, sendo disperso, desatento" além de "atrapalhar a aula e os colegas".  

3. Aos 38 anos é mãe amorosa de três filhos de dois pais diferentes e para pagar as contas, trabalha à noite como faxineira em uma delegacia local. 

4. Descuidada e hiperativa, ela acaba deixando cair uma pasta com o arquivo de um crime, observa o quadro de suspeitos e para "consertar" elabora uma teoria. No dia seguinte, a chefe do setor percebe a lógica e elucidação provável do crime, e como nenhum detetive assume ter feito tal relação, ela desconfia da faxineira e a pressiona. Morgana confessa e espera ser demitida, mas recebe um convite para atuar como consultora no departamento de investigações.

Na segunda temporada, quando vai fazer um curso para adequá-la nas funções de consultoria investigativa, seu instrutor se refere a ela como "uma aluna deficiente", e que ele jamais havia trabalhado com "alunos com esse problema de baixa concentração", e até pede desculpas pelo despreparo.

Em síntese:

Morgana é muito familiar para pessoas como eu que convive diariamente com uma pessoa portadora de hiperatividade.


É a única série que se prestou a demonstrar a existência da síndrome sem estereotipar, demonstrando os dramas interiores, sensação de culpa e solidão, e o "jeitinho maluquinho" tão natural dos hiperativos. Por isso mesmo, excelente!